terça-feira, 1 de setembro de 2009

Cida Faggion adora!

Alguns estilistas mereceriam maior destaque. Talvez pelo fato de não ter a obviedade das criações – por mais intempestivas que sejam – a mídia não encontre espaço para o (comumente) esperado feedback dessas apresentações.

O estilista marroquino Jean-Charles Castelbajac iniciou seus trabalhos nos anos 60, tendo passado pelas casas Kenzo e Chantal, antes de encantar o mundo com sua marca própria, através de um trabalho autoral.

Amigo de Andy Warhol, Castelbajac utiliza a influência do artista na criatividade com
que aborda os temas de suas coleções.
Em suas mãos a moda deixa de ter o aspecto sério (e às vezes sisudo) através do qual os adultos se expressam.
Sua musa é tão irreverente e genial quanto ele próprio: Anna Piaggi, a admirada e apaixonante editora de moda da Vogue Itália, ícone da moda como arte que se move, propõe, cresce e acontece. De todo esse acervo que se apresenta através das coleções, surgem sempre peças coloridas e divertidas, inovadoras e com tom crítico.

Particularmente a coleção outono inverno 2010 nos remete à releitura da infantilidade. E são justamente esse grafismos que dão o tom divertido à moda. Estão aí presentes figuras marcantes do universo infantil, como Cruela De Vil, retratada em temas felinos de casacos, Kermit, o sapo, cuja figura enfeita jaquetas e o elenco da Sesame Street , elegantemente estampado em alfaiatarias.

Castelbajac se utiliza de uma linguagem única, capaz de unir nostalgia, ousadia, elegância e imaginação, emoldurando com peles - que fazem as vezes de cabelos - personalidades como Michael Jackson, Clint Eastwood e o próprio Andy Warhol. Pode-se dizer que aí esteja a magia da criação com a capacidade irreverente de brincar com a moda, transformando o inusitado em usável, sem precisar se manter no minimalismo.








Texto: Mônica Zaher

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